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Ingressos VIP para assinantes? Live Nation negocia com Spotify, Apple e Amazon para pré-vendas exclusivas

O streaming e o mercado de ingressos podem estar prestes a se fundir ainda mais. O CEO da Live Nation, Michael Rapino, confirmou que a empresa está negociando com Spotify, Apple Music e Amazon Music para oferecer acesso antecipado a ingressos como um benefício exclusivo para assinantes premium. A ideia? Tornar os planos pagos dessas plataformas ainda mais atraentes para superfãs, garantindo um diferencial competitivo no concorrido universo do entretenimento digital.

A proposta não chega como uma surpresa. Já faz tempo que serviços de assinatura flertam com a possibilidade de atrelar benefícios físicos às suas ofertas digitais. Bancos e empresas de telecomunicação, como Verizon e Citibank, já oferecem pré-vendas para clientes específicos, e o movimento das plataformas de streaming pode ser um desdobramento natural dessa tendência. A novidade também se alinha com rumores sobre o Spotify Super Pro, um novo plano que incluiria vantagens exclusivas – e que pode custar US$ 5,99 adicionais à assinatura tradicional.

Mas se por um lado a possibilidade de garantir ingressos antes do público geral parece um sonho para os fãs, para os artistas, a equação não é tão simples. Como explicou Rapino, grandes turnês exigem um planejamento minucioso de precificação e distribuição de ingressos. “O artista tem controle sobre seus ingressos e quer maximizar essa receita”, reforçou o CEO. O desafio é encontrar um equilíbrio entre garantir vantagens para os assinantes e não comprometer a venda direta dos shows – que é, no fim das contas, um dos principais motores financeiros da indústria da música ao vivo.

O conceito de “superfãs” tem sido cada vez mais explorado no setor. A estratégia do Streaming 2.0, defendida por gravadoras como a Universal Music Group, busca monetizar ao máximo os consumidores mais engajados, oferecendo desde áudios em alta fidelidade até experiências exclusivas. Em um cenário onde os shows ao vivo continuam crescendo – só em 2024, a Live Nation faturou US$ 23,1 bilhões e levou 151 milhões de pessoas aos seus eventos –, explorar a demanda por ingressos premium parece um caminho natural.

Ainda assim, há desafios. Os ingressos para turnês de Taylor Swift e Beyoncé esgotam-se em minutos, e garantir um volume relevante para assinantes premium de streaming pode ser mais complexo do que parece. O Spotify já testou a venda direta de ingressos em 2022, mas pisou no freio em 2024. Agora, com novos acordos com a Warner Music Group e a Universal Music Group, a empresa volta a avaliar o modelo. Enquanto isso, Amazon e Apple também exploram formas de agregar valor às suas assinaturas.

Se esse modelo realmente se consolidar, superfãs podem ter mais um motivo para pagar por assinaturas premium. A grande questão é: os artistas vão embarcar nessa, ou vão preferir manter o controle total sobre suas bilheterias?

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