Após quatro anos de construção e experimentação, Alexys Agosto vem colhendo os frutos da sua Fabulosa Viagem de Futurística — um álbum que é muito mais que música: é um manifesto sensível sobre identidade, solidão e reinvenção. Para celebrar esse momento, a artista lançou uma nova versão da faixa “Epílogo (Repeat)”, agora mais enxuta, com 3 minutos e 10 segundos, buscando se conectar com novos públicos sem perder a força da narrativa.

“Desde a primeira vez que apresentei essa música, lá em 2023, como parte do meu TCC, o público a recebeu com muito carinho. No álbum, ela tem uma introdução longa, que ajuda a construir a imagem de um amanhecer. Mas agora quis relançá-la de forma mais direta, mantendo o impacto, mas abrindo portas para outras pessoas descobrirem essa história”, explica Alexys.

A faixa fecha o álbum A Fabulosa Viagem de Futurística, lançado em janeiro de 2025, que apresenta uma personagem-persona: Futurística, uma ciborgue perdida no espaço-tempo, que aterrissa no planeta Terra e precisa reaprender a ser em um mundo que já não reconhece. A narrativa é dividida em três atos — da profecia do fim, passando pela fuga solitária ao espaço sideral, até o retorno ao planeta e o desafio de se reinventar em meio ao estranhamento.

Uma jornada de autodescoberta em três atos

Mais do que uma história sci-fi, o álbum é um espelho emocional que fala sobre a plasticidade dos afetos, a fluidez do gênero, e o desejo de encontrar beleza mesmo diante do caos. “Esse álbum é um reflexo de quem sou e de tudo que vivi nos últimos anos. Ele nasceu no isolamento da pandemia e se misturou com minha descoberta como pessoa não-binária. É um grito de liberdade, mas também um abraço em quem se sente deslocado”, compartilha Alexys.

Misturando pop, rock, funk, poesia e referências psicodélicas dos anos 70, o trabalho da artista é um convite a mergulhar num mundo paralelo — ou melhor, num mundo onde ser fora da norma é o que faz tudo ganhar cor.

Sobre a artista

Natural de Itaí (SP) e formada em Artes Cênicas pela USP, Alexys é cantora, compositora, dramaturga e produtora musical. Já passou por projetos como a Rizoma Coletiva e o Coletive Avertere, e agora apresenta um trabalho solo com olhar multidisciplinar. Todas as faixas do álbum foram produzidas por ela em parceria com Helô Badu, com quem também divide composições, além da faixa “Ciborgue”, produzida em conjunto com Marcello Amalfi, indicado ao Grammy Latino em 2021.

Gravado no estúdio da Rizoma, no Jardim Ângela, extremo sul de São Paulo, o álbum é fruto de rede, afeto e resistência — um verdadeiro movimento artístico de dentro pra fora.

“A Fabulosa Viagem de Futurística” é mais que música. É poesia em forma de som, é corpo estranho se fazendo casa, é gente fora da caixinha ocupando o centro da narrativa.

Tenho 25 anos, sou repórter, publicitário e obcecado pela cultura pop.