O Festival Latinidades vai estrear sua 17ª edição com a temática “Vem Ser Fã Das Mulheres Negras”, com música, literatura, dança, moda, feira afro e debates, tendo como homenageadas Rita Marley, Sister Nancy, Alaíde Costa, e Sandra Sá, mulheres que abriram caminhos para artistas negras no Brasil e no mundo.

Durante o mês de julho o evento passará por quatro territórios, começando por Salvador (BA), entre os dias 5 e 7 de julho, seguindo para um debate sobre produção cultural, racismo ambiental e justiça climática no Quilombo Mesquita (GO), em 20 de julho; no Distrito Federal a programação começa no dia 25 e encerra dia 27 com shows, que incluem as homenageadas Sister Nancy e Alaíde Costa, e na capital paulista haverá uma festa especial com show de La Dame Blanche, em 26 de julho.

Para esta edição, o festival também foca na discussão sobre o trabalho das trancistas brasileiras, em defesa da regulamentação e reconhecimento como patrimônio cultural, destacando suas origens, significados culturais, sociais e econômicos, com a participação de profissionais, ativistas e artistas.

A programação também inclui uma experiência imersiva do documentário Afrolatinas: 30 anos em movimentos, dirigido por Viviane Ferreira, e da exposição que conta a história do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana Caribenha no Brasil e das lutas coletivas após 30 anos de criação.

Salvador será a primeira cidade a receber o Latinidades 2024, com uma programação que inclui música, debates, lançamentos literários, dança e feira afro. Este ano, o Concerto Internacional Contra o Racismo volta ao festival com uma novidade. Além da apresentação no dia 7 de julho, artistas e organizações se reunirão para um debate sobre a realidade do racismo no Brasil e no mundo, o seu impacto nas indústrias musical e cultural e como os artistas podem aproveitar talentos, posição e proeminência para combater o racismo. A capital baiana também terá um espaço literário, com o lançamento da versão em espanhol da obra La Radical Imaginación Política de las Mujeres Negras Brasileñas, desenvolvida por Ana Carolina, Anielle Franco, Vilma Reis e Chris Gomes, idealizadoras da Rede Nacional de Mulheres Negras na Política. A edição hispânica do livro também inclui novos textos de Ochy Curiel, antropóloga dominicana radicada no Chile, e de Juanita Bone, ativista feminista negra do Equador.

 

Outro debate previsto para esta edição será sobre as estratégias e tecnologias ancestrais dos povos tradicionais para enfrentar as emergências climáticas e desafios socioambientais. O evento Guardiões do Amanhã: Diálogos sobre Produção Cultural, Racismo Ambiental e Justiça Climática será realizado no dia 20 de julho, no Quilombo Mesquita, localizado em Goiás, a 50 quilômetro de Brasília. Este quilombo tem 278 anos e, ao longo de sua história de ancestralidade e resistência, perdeu 80% de seu território: originalmente, ele chegava até a área atual da Esplanada dos Três Poderes. Criada em parceria com o festival CoMA – Consciência, Música e Arte, a atividade irá reunir lideranças indígenas, quilombolas, de terreiros e os considerados guardiões do futuro.

 

Em parceria com a Confraria dos Pretos, uma ação afirmativa idealizada por jovens negros de diversas áreas do conhecimento, o Festival Latinidades volta a São Paulo para uma festa especial em comemoração ao Mês da Mulher Negra. No dia 26 de julho, La Dame Blanche apresentará suas influências afro-cubanas nativas com batidas de hip hop, trap, reggae e reggaeton no palco da casa de shows Cine Joia. O line up da celebração ainda terá show de Iké Melanina Jazz e participação especial de Bia Doxum e DJ Shonda. Os ingressos podem ser adquiridos no site do Cine Joia a partir de R$ 40.

Brasília, cidade original do Latinidades, recebe o festival a partir do dia 25 de julho, com patrocínio especial da Ambev. Será inaugurada a exposição interativa-imersiva Afrolatinas – 30 anos em Movimentos, no Museu Nacional da República, que contará a história do Dia da Mulher Negra e das lutas coletivas após 30 anos de sua criação. O evento também contará com uma sessão especial do documentário Afrolatinas – 30 anos em movimentos, dirigido por Viviane Ferreira, cineasta, ex-presidente da SPCine e diretora do filme Ó Paí Ó 2. O longa é acompanhado por uma experiência imersiva desenvolvida em uma plataforma de jogos de realidade virtual, que permite ao público acessar a partir da escolha de universos da natureza – a mata, a terra e a água, traduzidos como elementos mágicos, depoimentos de mulheres negras, ativistas e importantes lideranças na luta por equidade de gênero e raça que revivem a história dos movimentos sociopolíticos.

Resgatando a estratégia de engajamento para a realização do I Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, que ocorreu na República Dominicana em 1992, reunindo importantes nomes do ativismo negro, o Festival Latinidades firmou uma parceria inédita com o Correios. O público presente à programação no Museu Nacional da República será convidado a escrever uma carta para uma mulher negra que admire e enviá-la, utilizando um selo criado especialmente para a celebração do Dia da Mulher Afro Latino-Americana e Caribenha, estabelecido durante o evento de 30 anos atrás.

A programação de Brasília ainda terá um desfile de moda — Afro Fusion Modeling – realizado emcolaboração com 35 embaixadas de países africanos, o Mostra Humor Negro, que reunirá artistas negras de Stand Up Comady, como Tatá Mendonça, Bruna Braga e Niny Magalhães, além de grandes shows como Sandra de Sá, Alaíde Costa, Bia Ferreira, La Dame Blanche, Sister Nacy, Gaby Amarantos e Irmãs de Pau, encerrando 17ª edição do Festival Latinidades, na área externa do Museu Nacional.