Na última terça-feira (27), o Lollapalooza anunciou cancelamentos e substituições para sua edição de 2024, que acontece em março, em São Paulo. Após revelar que Paramore havia deixado o line-up, Jaden, Rina Sawayama e Dove Cameron cancelaram suas participações por “problemas pessoais”.

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Essa não é a primeira edição que acontece cancelamentos no festival. No ano passado, Blink-182 cancelou a participação no festival algumas semanas antes do evento, após o baterista Travis Barker lesionar o dedo. A banda nunca veio ao Brasil, e não só era uma das atrações mais esperadas pelos fãs no ano passado, com os ingressos esgotados para o dia de sua apresentação, como segue sendo neste ano.

Já o cancelamento de Drake pegou os fãs de surpresa, muitos já estavam a caminho do Autódromo para ver o rapper quando receberam a notícia, horas antes de sua apresentação. A justificativa foi de que o cantor estava “sem membros da sua equipe de som e produção, essenciais para a realização do show”.

Além de muitos outros nomes nas edições passadas, como Marina & The Diamonds, Jane’s Addiction, King Gizzard & The Lizard Wizard (por imprevistos relacionados à Covid-19, segundo o anúncio do festival) e Phoebe Bridgers (por um “imprevisto de última hora”, sem mais explicações)

Mas por que o Lollapalooza Brasil tem tantos cancelamentos?

Em uma entrevista exclusiva concedida ao um portal de notícias, Marcelo Beraldo, curador artístico do Lollapalooza, discutiu os desafios enfrentados pelos festivais em todo o mundo devido a cancelamentos frequentes.

Beraldo apontou que as razões para tais cancelamentos variam desde questões de saúde até custos de viagem e destacou a importância do fator de saúde mental, muitas vezes negligenciado.

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Leca Guimarães, diretora mundial do festival, revelou que os contratos de artistas não incluem uma “cláusula de cancelamento”, tornando a substituição de atrações em curto prazo uma tarefa desafiadora e cara. Guimarães recordou o cancelamento do Foo Fighters em 2022 devido à trágica morte de Taylor Hawkins, mencionando que nenhum artista internacional disponível quis assumir o lugar, e nem mesmo Miley Cyrus aceitou a proposta de estender sua participação.

Diante dessas dificuldades, surgiu uma solução inovadora. Em vez de correr atrás de uma substituição tradicional, a equipe do Lollapalooza decidiu unir forças e criar um momento único para homenagear Taylor Hawkins. A ideia é reunir, de maneira inédita, o icônico Planet Hemp, o talentoso Emicida e outros convidados para celebrar a memória de Hawkins.

Leca Guimarães enfatizou que a iniciativa destaca a capacidade da música de unir as pessoas, superando as dificuldades. “O que aconteceu ali mostrou que a música existe mais para unir do que para separar”, afirmou Guimarães. A decisão de homenagear Taylor Hawkins de uma maneira tão única é um momento memorável e significativo na história do Lollapalooza.

Paulista morando no interior de Minas Gerais, com 24 anos, apaixonado por entretenimento.