Um novo relatório revelou que, enquanto as vendas de música física no Reino Unido estão em alta, as vendas de vinil nos Estados Unidos caíram drasticamente. Os dados mais recentes, divulgados no relatório de consumo musical da Billboard, indicam que as vendas de discos nos EUA tiveram uma queda de 33% em 2024.
Em 2023, as vendas de vinil alcançaram 34,9 milhões de unidades. No entanto, as estatísticas de 2024 mostram que esse número caiu para 23,3 milhões. Essa queda não afetou apenas os vinis. As vendas de CDs também sofreram uma redução de 19,5% em comparação com 2023, enquanto os álbuns digitais tiveram uma queda de 8,3% em relação ao ano anterior.
Segundo o relatório, o mercado de álbuns como um todo sofreu uma redução de 23%, com as vendas caindo de 75,5 milhões de unidades em 2023 para 57,7 milhões em 2024. O relatório sugere que isso se deve mais a fatores econômicos do que à falta de demanda por álbuns, com cópias de vinil custando em média US$ 40, e algumas edições especiais atingindo até US$ 200.
Cenário diferente no Reino Unido
Enquanto as vendas nos EUA caem, os números do Reino Unido contam uma história diferente. No início deste ano, foi reportado que as vendas de música física no Reino Unido estavam em ritmo de crescimento, marcando a primeira alta em duas décadas após anos de domínio do streaming.
Segundo dados da Official Charts Company e da BPI, as vendas de álbuns físicos aumentaram 3,2% nos primeiros seis meses de 2024, com 8.044.760 unidades vendidas. Essa foi a primeira vez que o setor viu um aumento desde 2004, quando o consumo de música digital e o streaming começaram a dominar o mercado.
Um dos maiores responsáveis por esse aumento foi o álbum de Taylor Swift, ‘The Tortured Poets Department’, que vendeu 254.241 cópias nos primeiros seis meses de 2024.
Outros álbuns que contribuíram para o aumento foram ‘Hit Me Hard and Soft’, de Billie Eilish (45.434 cópias), ‘Prelude To Ecstasy’, de The Last Dinner Party (42.352 cópias), e o álbum homônimo de Liam Gallagher e John Squire (46.982 cópias).
Em abril, as vendas de vinil no Reino Unido alcançaram o maior total semanal em três décadas, reforçando o crescimento do setor. Além disso, o número de lojas de discos independentes atingiu o nível mais alto dos últimos 10 anos, com as vendas de vinil no país chegando ao maior patamar desde 1990.
A análise da BPI aponta que a demanda por álbuns de vinil e outros formatos físicos reflete um mercado de música em crescimento nas lojas físicas do Reino Unido. O relatório também destacou o papel das lojas independentes e o sucesso de redes como a HMV, que reabriu uma importante loja na Oxford Street, em Londres, no ano passado. A revitalização incluiu o relançamento da famosa loja de música Our Price, 20 anos após seu fechamento.