Quem acompanha de perto o universo do K-pop sabe que existe uma pausa que nenhum comeback pode apressar: o alistamento militar obrigatório na Coreia do Sul.

É um rito de passagem, um dever cívico — mas também um momento delicado, tanto para os artistas quanto para os fãs. Afinal, por mais que a gente entenda a importância desse capítulo, ver nossos ídolos trocando os palcos por fardas e se ausentando por até dois anos não deixa de apertar o coração.

Por que os idols precisam servir ao exército?

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Na Coreia do Sul, todos os homens entre 18 e 28 anos são obrigados a cumprir o serviço militar. Não importa se você é um vocalista premiado, um dançarino impecável ou uma estrela global do K-pop — a regra vale para todos. O tempo de serviço varia conforme a área escolhida (exército, marinha, força aérea), mas gira em torno de 18 a 21 meses.

Artistas como os integrantes do BTS, por exemplo, não têm direito à isenção, mesmo com todo o impacto cultural que provocaram no mundo. O que eles conseguiram foi um adiamento do alistamento, graças à medalha de mérito cultural recebida em 2018 — uma honraria rara que reconhece sua contribuição para a imagem global da Coreia. Ainda assim, a dispensa não foi concedida. E eles aceitaram com humildade.

A entrada no exército: cabelo raspado e muita emoção

Antes de entrarem para o exército, os idols costumam avisar os fãs com antecedência pelas redes sociais. É um momento de despedida simbólica — com cartas, lives e até playlists feitas com carinho. No dia do alistamento, a imprensa e os fãs se reúnem na entrada das unidades militares para um último aceno. É tradição: todos os recrutas devem raspar os cabelos, o que acaba se tornando um símbolo de coragem e respeito à tradição.

Jin, o integrante mais velho do BTS, foi o primeiro a se alistar, em dezembro de 2022. Desde então, outros membros seguiram o mesmo caminho — sempre com mensagens de carinho para o ARMY, que permanece firme, criando fanarts, projetos e até eventos comemorativos em datas simbólicas, mantendo o elo com seus artistas mesmo à distância.

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A espera é longa, mas cheia de amor

Não é fácil segurar a saudade, mas o K-pop ensinou a todos nós que o amor de fã é paciente, criativo e resiliente. Enquanto nossos idols estão em serviço, a gente revê performances, reassiste MVs, ouve os álbuns no repeat e troca mensagens com outros fãs em contagem regressiva pelo tão esperado reencontro.

A boa notícia? O tempo passa — e logo eles estarão de volta. Mais maduros, mais fortes… e com ainda mais histórias para contar.

Tenho 25 anos, sou repórter, publicitário e obcecado pela cultura pop.