Ao conferir sua playlist, quantas músicas são resultado de colaborações musicais? Com o lançamento do álbum Brat e do remix It’s Completely Different But Also Still Brat de Charli XCX, é possível que esse número tenha aumentado. O novo álbum traz colaborações musicais com artistas como Ariana Grande, The 1975 e Tinashe.
Charli já está nas paradas musicais com “Talk Talk”, sua colaboração musical com Troye Sivan, e “Guess”, ao lado de Billie Eilish. Atualmente, metade das 10 músicas mais tocadas na parada britânica de singles são colaborações musicais, incluindo “Backbone” de Chase & Status e Stormzy, e “Die with a Smile” de Bruno Mars e Lady Gaga.
A tendência crescente das colaborações
Desde 2020, cerca de 50% dos 100 maiores sucessos apresentaram duas vozes, segundo a Official Charts, empresa que reúne diversas paradas de sucessos no Reino Unido, Irlanda e França. Este número é mais do que o dobro das colaborações musicais vistas no final da década de 2000. Ao longo dos últimos 30 anos, as estatísticas mostram um aumento significativo nesse tipo de música.
Os ícones do pop punk, Fall Out Boy, também têm uma longa história de colaborações musicais com grandes nomes da indústria, como Taylor Swift, Demi Lovato e Jay-Z. Patrick Stump, vocalista da banda, conta que a forma como essas colaborações musicais acontecem é “bem simples”, destacando que, às vezes, “as pessoas apenas pedem” — seja a banda ou o artista.
Patrick também revela que, em um momento, ele planejava evitar colaborações musicais, mas tudo mudou quando recebeu um e-mail de Taylor Swift. “[Meu empresário] disse ‘talvez você devesse fazer essa, hein?'” riu Patrick. A banda foi convidada a participar da música “Electric Touch” do álbum Speak Now (Taylor’s Version), lançado no ano passado.
A autenticidade nas colaborações
Patrick enfatiza que “cada caso é diferente” quando se trata de gravar com outros artistas. Ele menciona que, embora muitas vezes trabalhem juntos na mesma sala, há situações em que não é possível. No passado, ele se preocupava que as pessoas comprassem os álbuns apenas por causa do artista convidado, afirmando: “Eu nunca quis fazer isso por marketing.”
Ele prefere colaborações musicais autênticas, citando Brendon Urie, do Panic! at the Disco, que participou da música “20 Dollar Nose Bleed” do álbum Folie à Deux de 2008. “Brendon acabou na música [porque] ele estava lá naquele dia… passando o tempo conosco,” disse. “É assim que a colaboração musical se torna realmente boa.”
A cantora Ella Henderson, conhecida por suas colaborações musicais, afirma que adora encontrar diferentes músicos, pois isso permite que os artistas “aprendam nosso ofício” com os outros. Após sua participação na série The X Factor em 2012, onde competiu ao lado de James Arthur, Ella lançou seu primeiro single, “Ghost”, dois anos depois.
Ella trabalhou com artistas como David Guetta, Tom Grennan e Becky Hill, descrevendo a experiência como um “processo incrível”. Ela acredita que suas colaborações musicais ajudaram em seu crescimento como artista, afirmando: “Quando você está sempre fazendo seus próprios projetos, pode ficar um pouco monótono.”
Às vezes, ela precisa de uma opinião diferente para acreditar em uma canção. “Quantas vezes eu escrevi músicas e as descartei,” comenta. “Por exemplo, ‘Crazy What Love Can Do’. David Guetta pegou essa e veja o que se tornou.” Ela conclui: “Nem tudo precisa ser ignorado. Na verdade, pode ser algo realmente mágico.”
Recentemente, mais uma dupla de artistas surpreendeu com uma colaboração inesperada. Bruno Mars e Rosé, do BLACKPINK, lançaram “ATP”, que promete estar presente na tracklist no projeto solo da artista. Este lançamento é mais uma prova de que as colaborações musicais seguem firme e forte em 2024.