Os fãs brasileiros, que há tempos inundavam as redes sociais da banda com o clássico “Come to Brazil!”. E sim, elas vieram. The Last Dinner Party desembarcou em São Paulo para sua primeira apresentação no país — e conversou com a gente alguns dias antes de tocar no C6 Fest.

Antes mesmo do lançamento do disco de estreia, em fevereiro de 2024, Abigail Morris, Lizzie Mayland, Emily Roberts, Georgia Davies e Aurora Nishevci já movimentavam o cenário underground com seu art-indie-rock carregado de dramaticidade e presença de palco marcante.

Com letras ousadas, femininas e de espírito feminista, o grupo conquistou uma legião de fãs — especialmente jovens mulheres — que se identificam com suas mensagens, decoram cada verso e se inspiram no visual único da banda: um estilo que mistura roupas de brechó com referências históricas, mangas bufantes, espartilhos e uma estética que é tão autêntica quanto a amizade entre elas.

Confira a entrevista do Conexão POP com The Last Dinner Party.

Esta é a primeira vez de vocês se apresentando no Brasil. Como é tocar para um público completamente novo, em outro país?

É muito empolgante. Um pouco assustador… Bom, na verdade não, porque todo mundo sempre disse que os brasileiros são incríveis, os melhores fãs, muito apaixonados. Então, estamos muito animadas. Mal podemos esperar!

E o que vocês têm notado de diferente ao tocar fora do Reino Unido?

Nos Estados Unidos, por exemplo, as pessoas dançam mais na plateia. No Reino Unido também há movimento, mas lá sentimos que o público realmente dança, se movimenta. Esperamos que no Brasil também dancem bastante! Estamos torcendo por isso.

TMDQA (crédito/reprodução)

A banda se formou durante a pandemia, que foi uma época difícil para começar algo novo. Qual foi a parte mais desafiadora no início?

Ensaiar. Estávamos em lockdown, aí as restrições eram suspensas por um curto período… lembro que tocamos “Burn Alive” por meses e meses. Ensaiávamos um dia, e depois ficávamos cinco meses trancadas de novo.
A gente esquecia as coisas. Foi frustrante.

E ser uma banda em 2025 ainda apresenta desafios únicos na indústria da música?

Com certeza. É uma pergunta difícil, mas sentimos que as redes sociais hoje são muito dominantes. Quando assinamos com a gravadora, tudo girava em torno do TikTok, todo mundo obcecado em ter um momento viral.
Agora está um pouco mais tranquilo, mas a internet ainda tem um peso enorme para novos artistas.
Não somos muito boas nisso, na verdade. Nem somos tão conectadas. Contratamos alguém para cuidar disso pra gente (risos).

Vocês mencionaram que estão trabalhando em um novo álbum. O que os fãs podem esperar desse próximo capítulo?

Canções longas e com energia. Coisas de cinco minutos. Pra cantar junto. É um álbum mais “atrevido”, digamos assim. O primeiro tinha momentos de tristeza e seriedade, e esse novo está ainda mais emocional, devastador e furioso — mas o tom está mais leve, quase brincalhão. Musicalmente divertido, mas liricamente… triste. (Risos) Estou animada. Acho que vou chorar!

E sobre vir ao Brasil, teve algo que chamou a atenção de vocês?

Sim! Quando olhamos os comentários nas nossas redes sociais, sempre tinha alguém dizendo “Come to Brazil!”.
Pensamos: talvez seja uma boa ideia! E agora estamos aqui, com sorte de tocar nesse festival. Nenhuma de nós tinha vindo antes, então estávamos muito animadas pra descobrir como é de verdade.

Já que estão aqui para o festival, tem algum artista que vocês estão animadas pra ver?

Infelizmente, não vamos conseguir ver o Cut Burns porque tocamos ao mesmo tempo. Também não vamos ver o English Teacher, eles vão estar assistindo ao nosso show! Os dias de festival são corridos… não sabemos se conseguiremos ver algo no mesmo dia. Talvez no outro. Esperamos conseguir! Estamos animadas com o show do Air. Eles vão tocar Moon Safari inteiro. Isso é bem incrível.

por Victoria Berbel

Tenho 25 anos, sou repórter, publicitário e obcecado pela cultura pop.