Depois de 30 anos como vocalista do Skank, banda nacional conhecida por todas as gerações, Samuel Rosa entra agora em uma nova etapa de sua vida com “Rosa”, seu primeiro álbum de estúdio da carreira solo.
Durante uma coletiva de imprensa concedida na última quinta-feira, 27, o cantor, que dividiu em 2019 com seus ex companheiros de banda a vontade em criar uma nova frente para sua carreira (decisão que todos concordaram), compartilhou um pouco de como foi trabalhar em um álbum apenas dele.
“Eu gosto muito de trabalhar em grupo. Eu acho que as diferenças nos fazem completar uns aos outros. O encontro com os meninos (Lelo, Aroldo e Henrique) foi muito bonito, mas é uma banda diferente. Uma banda você submete toda e qualquer decisão ao crivo de quatro integrantes, [no caso do Skank cinco, porque o Fernando Furtado, nosso empresário, é um fundador do grupo. Então era um cinco cabeças pensantes.] Foi um trabalho incrível. Eu acho que o resultado foi muito satisfatório. Agora é outro. E não cabe mais para mim, na atual conjuntura, esse tipo de divisão ou escalonamento que dentro de uma banda é normal. É uma democracia, você tem que submeter tudo sempre ao gosto de todos, e eu acho que esse ciclo está cumprido. Está na hora de eu me resolver comigo mesmo. Me deu vontade de ter mais as rédeas na mão, de ser dono das minhas próprias escolhas, responder por elas, erros e acertos. Durante 30 anos doei com total retorno, agora eu quero virar essa força.”
E, depois de trabalhar em grupo por 30 anos, é compreensível que novas experiências aconteçam, e não foi diferente para Samuel Rosa.
“Olha, não. Eu acho que fora minha grande ansiedade, como eu iria me comportar, como seria minha performance como compositor, tudo correu muito tranquilo, por que eu fiquei com essa dúvida? Porque tinha muito tempo que eu não fazia um álbum inteiro de músicas inédita. Eu vinha compondo músicas inéditas esporadicamente para projetos. Eu fiz um projeto com Lobo Borges em 2016 que gravamos, eu fiz duas ou três músicas inéditas, depois eu fiz a trilha do Grupo Corpo, depois o Skank lançou alguns projetos, eu fiz uma duas músicas para cada projeto. Mas, álbum cheio tinha muito tempo que eu não fazia, então a minha dúvida, minha angústia era ‘Será que eu consigo ainda fazer um álbum inteiro de música nele?’. Estava meio sem a prática, sem o traquejo. Mas foi ótimo. Eu me impus uma espécie de um regime disciplinado, de compor todos os dias. E conseguir compor 20 músicas, a gente escolheu 10. A única surpresa que tive, que foi para o lado bom, foi o grande entrosamento e a grande criatividade que vi nessa banda nova que eu tô tocando agora. Foi incrível porque, para quem acompanha a minha carreira, no passado viu fazendo alguns shows esporádicos, eu fiz um circuito de festivais, shows corporativos. A banda foi pegando o jeito, agora no álbum foi muito fácil forjar uma identidade para o álbum porque a banda tava muito entrosada. Mas eu descobri uma criatividade nesses caras, uma criatividade que eu não sabia que eles tinham nos arranjos, tanto que eles são co-produtores do álbum comigo, né? Essa foi a grande surpresa, uma surpresa maravilhosa.“
Por último, mas não menos importante, quando tivemos a oportunidade em fazer uma pergunta para Samuel, quisemos saber se, caso ele pudesse escolher uma das músicas do seu primeiro projeto solo para definir essa nova etapa da sua carreira, qual seria e por que. A resposta?!
“É difícil. Outro dia eu vi uma pessoa falando ‘Mas a música “Segue o Jogo’ você escolheu para single. É essa que está tocando nas rádios’, mas uma música não tem incumbência de retratar todo o álbum. Ainda bem que a gente tem uma adversidade. Não vou escolher uma música pelo critério ‘tem que escolher uma música que represente o álbum’. Isso é muito complicado porque o álbum ele é multi facetado, né? Ele tem diferentes frentes ainda que tenha assinatura. Mas assim, músicas que eu gosto “Não Tenha Dó’ é a minha predileta porque ela tem uma retribuição de carinho para um cara que eu amo, que fui parceiro dele numa música e que ele dizia que amava o Skank, que é o Erasmo Carlos. E eu acho que “Não Tenha Dó” é muito Erasmo Carlos. Eu recebi, acho que na vida, sem intenção de juntar, o Clube da Esquina com a Turma da Tijuca, porque o Erasmo falava isso, ‘o Skank, apesar de ser muito Mineiro, ele consegue ser bem carioca.’ Então acho que talvez por esse flerte com a Bossa Nova vão dizer ‘pobre de Marcos Valle, de Sérgio Mendes, que já tinha lá no ‘Balada do Amor Inabalável’ na música ‘Partida de Futebol’. Ela está presente no disco. Ela está nesse álbum como também está esse lado mais canções baladas, tipo “Respostas’, ‘Sutilmente’… Mas se eu fosse me perguntar, as músicas que eu que mais me encantam no trabalho agora, além de “Segue o Jogo’ que está tocando na rádio, eu gosto muito de ‘Não Tenha Dó’ que é uma bossa pop que tem cordas. Eu falei que tem um Erasmo, vamos dizer de forma mediúnica, né de espírito é o ‘Dinorah’, que chama ‘Ciranda Seca.’“
O cantor entrará em turnê a partir do próximo mês como forma de divulgar seu novo álbum e primeiro projeto solo. Para informações, vocês podem acessar o Instagram de Samuel Rosa por aqui.