Pocah está pronta para subir ao palco do Rock in Rio para fazer história. A carioca esteve no festival nas últimas edições para curtir as apresentações e revelou que tinha um sonho de se apresentar no evento. E não tinha um momento melhor: ela fará sua estreia em uma edição histórica.
A cantora nascida e criada em Duque de Caxias, começou sua carreira aos 15 anos, com um microfone na mão e um sonho no coração. O funk sempre foi sua paixão, e ela mergulhou de cabeça nesse universo, ganhando reconhecimento com hits que logo caíram nas graças do público. Desde então, ela não parou mais.
Para Pocah, essa apresentação não é apenas mais um show, mas uma celebração de tudo o que ela conquistou ao longo de sua carreira. Em entrevista ao Conexão POP, ela revelou que nesta apresentação inédita, irá marcar as três fases de sua carreira: a Pocahontas, Pocah e seu lado mais pessoal, Viviane.
Leia também:
- Entrevista: Xande de Pilares fala sobre ser embaixador do Espaço Favela no Rock in Rio; “é a melhor forma de reconhecimento”
- Entrevista: MC Carol conquista o palco do Rock in Rio pela 3ª vez; “estou muito feliz porque estou competindo com a Rihanna”
“No meu show, vou transitar entre diferentes fases da minha carreira. Vou trazer a energia da “Mulher do Poder” e os maiores sucessos da minha trajetória, como “Não Sou Obrigada” e “Quer Mais?”. Também vou apresentar músicas inéditas. Vocês não pedem por esperar, inclusive”, revelou. A artista se apresenta no Espaço Favela, na noite de 20 de setembro, data que conta com ingressos esgotados.
Como você se sente em participar de um evento tão icônico como o Rock in Rio? Qual é a importância desse momento na sua carreira?
Eu me sinto pronta. Acho que essa é a palavra principal. Me sinto muito mais do que pronta. Eu ficava falando comigo mesmo sobre adaptação e idealizando, dançando no espelho. Fazia show para o meu marido, para minha filha, como se estivesse lá.
Você manifestou isso, né?
Eu manifestei, expressei meu desejo de fazer parte da atração, e consegui. Como sempre sonhei com isso, já tinha uma ideia clara do que queria e esperava para o palco. Agora, quero levar para o palco tudo isso, mas com as minhas regras. Sou uma mulher que está prestes a fazer 30 anos, vim de Duque de Caxias e iniciei minha carreira aos 15 anos. Naquela época, eu só tinha um sonho, um microfone na mão, e o desejo de cantar em um baile. E eu fui fundo nesse universo do funk, que me abraçou de uma maneira incrível.
Sempre sonhei em ter uma banda, e hoje tenho, não de rock, mas uma banda de funk. Quero trazer para o palco essa minha trajetória, representando as diversas comunidades onde tudo começou. Eu pulei muros, fui estudiosa da vida, e acabei no Furacão 2000 como funkeira. Na minha época, tocar no Furacão 2000 era algo gigantesco, e eu posso dizer que vivi isso. Agora, dos palcos do Furacão 2000, cheguei ao Rock in Rio.
Como você está preparando o setlist para agradar tanto seus fãs quanto o público diversificado do festival?
Eu vou cantar músicas inéditas nesse show, incluindo algumas que vocês ainda não conhecem. No palco, vou apresentar a Viviane, uma nova persona desse meu novo projeto. Vocês vão conhecer essa Viviane, que vai trazer à tona assuntos mais sensíveis, como superação, lutas e vitórias.
Minha filha Vitória representa minha maior força aqui na Terra, ela é o meu combustível. Ela estará ao meu lado no palco, porque, para mim, a Vitória é o que me motiva a continuar trabalhando. Tudo aconteceu muito rápido, mas ela chegou no momento certo, e agora estamos prontas para enfrentar tudo juntas.
No meu show, vou transitar entre diferentes fases da minha carreira. Vou trazer a energia da “Mulher do Poder” e os maiores sucessos da minha trajetória, como “Não Sou Obrigada” e “Quer Mais?”. Também vou apresentar músicas inéditas. Vocês não pedem por esperar, inclusive.
O Rock in Rio tem uma tradição de promover colaborações e encontros únicos no palco. Podemos esperar alguma surpresa durante sua apresentação?
Então eu não posso dar essa informação ainda. [risos]
Você é uma figura importante na cena do funk e do pop brasileiro. Como você vê a evolução desses gêneros nos últimos anos e sua aceitação em festivais internacionais?
Eu vejo o funk como algo gigante, e sou parte disso. Sempre enxerguei essa magnitude desde o início. No entanto, as oportunidades que o funk recebe são como passos à frente, porque não é um gênero amplamente aceito. Para o funk chegar a esse patamar e ocupar esses espaços foi preciso muita luta. Tivemos que lutar até pelo mínimo, que é o respeito.
Ver o funk, que sempre foi tão discriminado e sofreu um preconceito absurdo, nesses grandes palcos é uma vitória para mim e para todos que vieram antes de nós e lutaram por isso. É uma grande conquista, e o fato de conseguirmos continuar levando nosso trabalho, nossa voz e nossa arte para o mundo é um triunfo.
O funk é arte e cultura. Pode não ser a cultura de alguém de outro lugar, mas para quem é daqui, do Sudeste, do Rio de Janeiro, como eu, é uma expressão autêntica da nossa realidade. Onde eu cresci, as chances de vencer na vida eram mínimas, com pouquíssimas oportunidades. Mesmo assim, com essas poucas oportunidades nas mãos, consegui chegar onde estou. Isso é gratificante. Se alguém não se alegra com isso, é porque já morreu por dentro.
Além do seu show, qual atração você está mais ansiosa para assistir?