MC Carol está de volta ao Rock in Rio, e dessa vez, é a terceira vez que ela faz história no maior festival de música do país. Em meio a tantos artistas internacionais e grandes nomes da música, é o funk que ganha espaço e respeito, representado por ninguém menos que a poderosa Carolina de Oliveira Lourenço, que nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro.
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Mas para ela, essa conquista vai muito além de uma simples apresentação. É uma vitória do Funk, que por muito tempo foi visto com preconceito. MC Carol lembra bem das vezes em que ouviu, dentro da própria casa, que Funk era “coisa de marginal”. Ainda criança, ela foi pega pelo bisavô ouvindo um rap do Cidinho e Doca, que falava sobre a realidade da comunidade, sem usar palavrões, apenas narrando o cotidiano. A reação? Um escândalo. Funk era sinônimo de perigo, de algo sem futuro.
Hoje, MC Carol se vê no palco do Rock in Rio, tocando o mesmo som que, um dia, foi motivo de repreensão. Conversamos com ela sobre as suas expectativas para o festival. Ela se apresenta no Dia Brasil, que promove o maior encontro da música brasileira na história e um line-up 100% com artistas do nosso país.
Entrevista com MC Carol
Você já participou de vários festivais importantes. Mas agora você se apresenta pela 3ª vez no Rock in Rio. Mas ele tem uma relevância diferente. Como está a sua expectativa para essa apresentação?
Estou muito feliz porque estou em uma competição amigável com a Rihanna. Ela já participou várias vezes, e agora vou fazer a minha terceira apresentação. Depois, farei a quarta para superá-la! Brincadeiras à parte, existem muitos artistas e muitas mulheres incríveis das quais sou fã. Ser chamada para me apresentar pela terceira vez é uma grande felicidade para mim.
Isso realmente abre muitas portas, me leva para um novo público, e faz com que mais pessoas conheçam meu trabalho. Alguém que talvez não me conhecesse antes, vindo de outro lugar, poderá me descobrir porque é um evento muito grande.
Todo artista e cantor sonha em se apresentar no Rock in Rio, porque é simplesmente o maior festival do nosso país. Então, além do Rock in Rio, onde mais eu gostaria de estar? É no Rock in Rio que eu quero estar! Ser chamada pela terceira vez é algo muito legal e gratificante. É uma oportunidade que abre portas, não só no meio artístico e musical, mas também em outras áreas, como as séries e filmes que estou começando a fazer.
Como é importante para você ver o Funk sendo celebrado em um dos maiores festivais de música do mundo
Não é nem sobre mim, é sobre o Funk. Ver o Funk chegando nesses lugares é uma grande felicidade, porque eu sempre ouvi que Funk era coisa de marginal. Quando eu tinha cerca de dez anos, meu bisavô me pegou ouvindo um rap do Cidinho e Doca que falava sobre a realidade da comunidade, sem palavrão. Ele fez um escândalo, dizendo que Funk era coisa de marginal.
Esse foi meu primeiro contato com o Funk, e anos depois, aqui estou eu, me apresentando no Rock in Rio com Cidinho e Doca. Infelizmente, meu bisavô faleceu quando eu tinha quatorze anos, mas eu gostaria de ter mostrado a ele que Funk não é coisa de marginal.
Cresci ouvindo que Funk não tinha futuro, que levaria à prisão, e que era passageiro. Mas ver o Funk tomando proporções internacionais e chegando aos maiores festivais do nosso país é incrível. Hoje, o Funk é respeitado, tocado até com orquestras, e eu faço parte dessa revolução. Isso é algo que vou ter orgulho de mostrar aos meus filhos e netos, dizendo: “Olha onde eu cheguei!”.
Como você lida com a responsabilidade de dividir o palco com nomes importantes da história do Funk brasileiro?
É uma grande responsabilidade, mas também uma honra. Esses artistas são referências e pioneiros do Funk, e estar ao lado deles no palco é uma realização pessoal. Sinto-me parte dessa história e espero contribuir para o legado do gênero.
Você falou muito sobre questões sociais, sobre racismo. Como você pretende trazer essa temática para o seu show?
Eu quero levar tudo. Se eu puder fazer um show de uma hora, eu vou fazer. Mas eu acredito que a gente tenha cada um tenha um tempo. Porque eu vou ter que respeitar o tempo de todo mundo que está ali em cima do palco. Mas o que eu puder levar de principalmente, de engraçado, de cômico. Eu gosto. Sim, eu tenho uma parte séria e falar de coisas sérias, mas o que eu gosto mesmo de falar de coisas engraçadas. De fazer as pessoas de dançarem, cantarem e pular.
Quais artistas do festival você está ansiosa para ver?
Travis Scott. No passado, já assisti shows do Drake e dos Racionais MC’s, por exemplo. O último eu fiquei para ver o show dos Racionais, eu fui para o público e a minha maquiadora surtou, porque eu tinha me apresentado e eu tive que ir para público porque meus amigos não podiam ter acesso aonde eu tinha acesso e deu uma merda danada todo mundo queria a foto eu queria conversar e eu não consegui assistir o show.