Carol Biazin teve um ano maravilhoso. Após ganhar notoriedade na pandemia com o seu primeiro disco “Beijo de Judas”, a artista se joga no mundo pop. Recentemente, a artista lançou o novo single “Fica pro Café”, com referências de Rihanna e Fergie. Além disso, hits como “Garota Infernal”, “Início do Fim” e “Brinca com A…”.

 

Mas ela não para por aí! Biazin já tem planos para o próximo ano e pretende decolar ainda mais. “É muito bom você conseguir executar a sua arte com fluidez. Já temos 2023 inteiro planejado na nossa cabeça com lançamentos, continuar contando a história desses atos”, conta a artista.

 

E não para por aí! Carol Biazin é a única brasileira na lista de DSCVR Artist to Watch 2023 da VEVO. A seleção de artistas são apostas de revelação para os próximos anos. A apresentação de “Fica Pro Café” foi gravada em Londres.

 

 

Conversamos com a Carol sobre sua carreira, parcerias, turnê e sua grande apresentação no Lollapalooza. Confira.

 

“FICA PRO CAFÉ” é seu novo single de trabalho. O que você pode contar pra gente sobre as influências e inspirações para esse novo hit? Eu acho que ninguém pegou as influências de “FICA PRO CAFÉ”, porque ouvi um pessoal achando que era sertanejo haha. A minha grande referência quando eu entrei no estúdio foi a Fergie e a Rihanna, com “California King Bed”. Era uma melodia bem guiada pelo violão, uma bateria mais reta, com menos informações, o que era um tipo de música que eu não tinha feito ainda. Eu queria muito contar essa história do começo, apresentando o Ato I, após o II e o III. Até então eu ia lançar uma outra música, mas senti essa necessidade de escrever o começo dessa história, para completar esses atos que venho trazendo desde “GAROTA INFERNAL”, e veio “FICA PRO CAFÉ”, dessa inspiração de trazer uma música romântica, leve, que não tem nada a ver com os outros singles mais recentes, como “INÍCIO DO FIME” e “BRINCA COM A…”, mas se conectam com um enredo.

 

O clipe de “FICA PRO CAFÉ” tem uma mega produção e até coreografia. Como foi pra aprender ou você já tem habilidades na dança? Minhas habilidades na dança são zero! Mas, quando eu quero fazer algo, eu treino incansavelmente para atingir aquele objetivo, é sobre se comprometer e fazer acontecer. Para quem vê aquela dança, fala ‘ah é uma dança simples né, ela faz poucos movimentos’, mas eu fiquei tão nervosa, eu treinava várias horas do meu dia para não ter que regravar muitas vezes. E no final deu tudo certo, eu gravei três vezes no máximo. A grande proposta de ter essa coreografia foi porque eu queria fazer um clipe exagerado, mostrar a Carol apaixonada, que fazer comida para menina que ela gosta, vai dançar do meio do nada, como se fosse um musical, vivendo no mundo da lua.

 

 

Como funciona o seu processo de composição? Você anda sempre com um bloquinho de notas ou senta e tenta escrever uma música?
Eu tenho momentos pontuais, porque sou uma pessoa muito objetiva, mas, se deixar, eu também sou meio procrastinadora em relação a algumas coisas. Então, eu preciso ter um dia para me comprometer a sentar e compor, ter esse objetivo. Geralmente eu gosto de fazer as escrever fora da minha casa, quando vou ao estúdio e marco uma sessão de composição para fazer uma música, eu sinto que fluo melhor assim. Ultimamente eu tenho feito um diário no bloco de notas com coisas que eu sinto que preciso botar para fora, como uma terapia. E como minha música é muito real, fala muito da minha vida, eu tenho gostado de escrever frases aleatórias no bloco de notas. E algumas já até viraram músicas.

 

Você já trabalhou com diversos artistas, mas quem você ainda sonha em fazer uma colaboração? Eu tenho muita vontade de colaborar com a Ludmilla, falo muito dela. Para mim, é uma das melhores artistas do Brasil recentemente, com toda narrativa que ela foi criando. O show dela eu acho absurdamente incrível, é muito musical, e eu me identifico muito com isso, e a linguagem R&B, que eu amo. A Priscila Alcântara, que estamos enrolando para esse feat sair. Eu fui no TVZ quando ela estava apresentando e trocamos essa ideia. Nós queremos fazer e vamos fazer desenrolar, eu prometo! Haha Vitor Kley também, inclusive temos uma música incrível juntos, e eu ainda estou pensando o que eu vou fazer com ela, é muito boa mesmo. Iza é outra pessoa que eu amo muito, e tem tantos nomes, mas acho que eu citei alguns bem sonhos.

 

Grande parte da sua equipe é feminina. E você acha que essa escolha incentiva a pavimentação desse lugar da mulher na indústria? Não foi uma decisão que eu tomei pensando nisso, mas eu queria que fosses mulheres comigo no palco porque acho foda, traz algo que me fortalece e faz a gente se senti muito poderosa, não só eu, mas a banda inteira. E eu me sinto em um ambiente seguro. Eu espero que isso incentive, sim, porque, tudo que um artista faz, acaba reverberando de alguma forma na vida e na história de outras pessoas. E nós que temos uma voz maior, estando ali nos shows, dando a cara na internet, acho que tem esse “Q”, de inspirar as pessoas e outros artistas também, de olharem uma mulher no palco tocando guitarra e achar foda.
Eu acho que precisamos nos unir mais. Essa ideologia que parte desse mundo guiado por homens, de que mulheres precisam ser inimigas, é uma coisa que temos que quebrar cada vez mais e mostrar que na real somos muito forte juntas. Sempre quis trazer isso de forma natural, sem o objetivo apenas de levantar bandeiras, mas é assim que eu me sinto bem, e acho que isso, sim, reverbera de uma forma muito positiva para as pessoas e espero que as inspirem.

 

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Recentemente, você entrou em turnê. Como é a sensação de ver o público curtindo as suas músicas? O Hopi Pride, festival que participei agora em novembro, foi um grande case para a minha vida. Pra mim, foi o melhor show que eu fiz até hoje. Eu cantei para um público que eu nunca pensei que fosse ver num show meu, num lugar só, com muita gente. E foi muito divertido porque as músicas recentes, que a gente lançou este ano, muita gente conhecia! Tem vídeo que não dá nem para me ouvir, a galera estava cantando muito alto, principalmente “INÍCIO DO FIM” e “FICA PRO CAFÉ”. Então foi muito gratificante ver tudo isso acontecer, porque eu fui achando que muita gente não me conhecia, e na real muita gente me conhecia já haha. Então, eu tenho utilizado desses festivais, como o Lolla que também está por vir, muito para me apresentar para essas pessoas e mostrar como é o meu show, porque acho que muita gente não fazia ideia de como é um show com toda uma pressão, que só tem eu e mais três meninas num palco enorme, e a gente preenchendo todos os cantos daquele palco. A gente vem para mostrar para que veio, e esses shows têm feito isso. É para levar para o meu público uma experiência incrível, mas muito para mostrar para as pessoas o que a gente veio fazer, e o que a gente vai fazer em 2023 também.

 

Você é uma das artistas no line-up do Lollapalooza. Já tem alguma ideia do que você vai preparar para o show? Sim, eu e minha equipe já estamos fazendo todo o mapeamento de palco, vendo o que é possível levar para o festival e levar a experiência do show, que é o momento de me apresentar ao público do Lolla. Provavelmente será um show durante o dia, em que as luzes talvez não façam tanta diferença no palco, então estamos pensando em cenas que durante o dia fiquem muito em evidência no palco e somem muito ao cenário. A ideia é fazer um show com Atos, que conte uma história, junto às meninas que estarão comigo, tocando no palco. Vai ter muita novidade nesse show, músicas novas e é isso que posso falar até agora!

 

Ano passado tivemos o lançamento de “Beijo de Judas”, seu primeiro álbum de estúdio. O que podemos esperar de 2023? Esse ano correu muito rápido, muita coisa aconteceu. Depois que começamos a trabalhar em equipe juntamente com a Universal, eu senti que as coisas começaram a andar muito, todo mundo trabalhando para que tudo acontecesse. É muito bom você conseguir executar a sua arte com fluidez. Já temos 2023 inteiro planejado na nossa cabeça com lançamentos, continuar contando a história desses atos. Meu maior objetivo de 2023 é estar muitos festivais, eu quero muito fazer vários shows, iniciar uma nova tour, com outra proposta, outro palco, outro cenário. Também tem alguns feats que virão com amigos, outras pessoas que eu conheci e me apaixonei muito nesse meio tempo de ano. Tem muita coisa para acontecer, muita mesmo!

Repórter, designer gráfico, dividindo seu tempo entre a cidade grande e a vista nas montanhas. Posso falar horas de cultura pop e ainda preso entre 2007 e 2012.