Uma curiosidade sobre o sexto álbum de estúdio do Imagine Dragons é a capa ambígua. Podemos ver duas pessoas no horizonte separadas por um sol nascendo ou se pondo. A imagem é representação de um sonho do vocalista e compositor Dan Reynolds, que enxerga o cenário das duas formas.
“Você não consegue realmente dizer se é um pôr do sol ou um nascer do sol, e então há duas pessoas meio que separadas em pé na frente dele. Isso realmente resume tematicamente quando eu escuto“, disse Reynolds à The Associated Press.
“É o início de algo novo, ou este é o fim de algo? E o pôr do sol e o nascer do sol sempre me dão essa sensação. Pode ser um ou outro.”
O álbum, que será lançado em 28 de junho, tem músicas de gêneros bem diferentes. Primeiro, “Wake Up“, com pegada de hip-hop e rock, e, depois,”Take Me to the Beach“, com uma vibe mais leve.
Este é o primeiro álbum desde o divórcio de Reynolds da musicista Aja Volkman e terá músicas sobre seguir em frente, como “Nice to Meet Ya“, mas também canções sobre o passado, como “In Your Corner” e “Don’t Forget Me“.
“Eu apenas começo a criar e o que sair é o que saiu. É assim que tenho sido desde os 12 anos. Tento não pensar demais“, diz Reynolds. “É apenas uma saída honesta, sonoramente, liricamente, do que estou sentindo no momento.”
Para a vibrante “Kid“, Reynolds diz que entrou no estúdio com sua vida um pouco caótica. Ele apenas falava palavras que estava sentindo sobre um loop de bateria: “You got to get yourself together, kid/You got to get it together.” A partir desse momento, a banda começou a criar a melodia. A faixa, inspirada nas músicas dos anos 90 que ele ama, como as do Gorillaz, se tornou tipo um chamado para os EUA, então fez sentido adicionar um coro.
“Nós nos divertimos muito criando essa no estúdio. Eu amo a justaposição de coisas que são meio irônicas, mas também, talvez, sombrias”, diz Dan. “Conceitos pesados, mas divertidos ao mesmo tempo.”
“Loom” foi gravado de uma nova maneira para os Imagine Dragons, que inclui o guitarrista Wayne Sermon, o baixista Ben McKee e o baterista Daniel Platzman. Para começar, a banda abandonou a preferência por vários produtores em favor de apenas um – a dupla sueca Mattman & Robin.
Outra mudança foi começar o álbum do zero. “Normalmente começamos um álbum com um monte de demos que já produzimos sozinhos”, diz Reynolds. “Mas nesse caso, tínhamos um monte de demos e simplesmente descartamos tudo e começamos com uma lousa limpa.”
“Loom” chega dois anos após “Mercury”, um álbum duplo sobre desgosto, tragédia e lutas da vida de Reynolds com a sobriedade.
“Eyes Closed”, o primeiro single do novo álbum, aponta uma mudança, com uma explosão intensa e a letra batida no peito: “I’m back from the dead, from the back of my head/Been gone and facin’ horrors that should never be said.”
Reynolds diz que estava procurando por uma vibe tempestuosa e soberba, mas que tivesse um núcleo vulnerável. “Realmente se tratava de ser algo que, por fora, parecesse organizado e forte”, diz ele, “mas por dentro estava à beira, talvez, de se despedaçar.”
O título do álbum – “Loom” – tem múltiplos significados, como “emergir” ou “atear”. “Só porque algo está se aproximando não significa necessariamente que seja ruim. Pode ser bom”, diz ele. “Eu também amo a ideia do duplo significado disso, sendo uma tapeçaria.”
Imagine Dragons fará turnê dedicada ao álbum “Loom” na América do Norte, começando em 30 de junho em New Jersey, no Freedom Mortgage Pavilion e passando por cidades como, Dallas, Seattle, Toronto, West Palm Beach, Florida, Denver, Charlotte, North Carolina, Phoenix, Salt Lake City, e fechando em 22 de outubro no Hollywood Bowl, na Califórnia.
Antes disso, a banda se apresenta no Rock in Rio 2024, no dia 14 de setembro.
Reynolds também contou que a turnê está profundamente enraizada no DNA do Imagine Dragons e falou sobre tocar ao vivo, como se fosse um esforço terapêutico massivo, o que seus shows muitas vezes se tornam:
“São muitas pessoas no mesmo lugar, com diferentes sentimentos, percebendo que não estão sozinhas”, diz ele. “Eu não preciso necessariamente fazer com que elas se sintam felizes ou tristes ou qualquer coisa diferente disso. Só quero que olhem ao redor e vejam que outras pessoas também estão sentindo algo e pensando, ‘Não estou sozinho.’”
É claro que as músicas de “Loom” estarão no setlist e Reynolds considera umas das faixas mais animadas da banda, mesmo que haja algumas baladas;
“Muitas das músicas são meio que tentativas de ceder. As coisas estão se aproximando e chegando, para melhor ou para pior, e realmente não há nada que você possa fazer além de aceitar”, diz ele. “Eu ainda não aprendi a fazer isso, mas vamos lá.”
Esta é uma tradução, feita pelo Conexão Pop, do artigo Imagine Dragons’ Dan Reynolds talks new album ‘Loom’ — ‘Heavy concepts but playful at the same time’ do AP News.