Neste fim de semana, a Praça da Apoteose foi invadida pela energia do trap e hip hop na segunda edição do Mainstreet Festival, comandado pela gravadora de Orochi. Com estrutura maior, dois dias de festa e uma vibe que só o Rio de Janeiro consegue proporcionar, o festival reafirmou por que o trap é a cara da nova geração.

Apesar do clima de celebração, algumas mudanças no line-up trouxeram aquele gostinho de “faltou algo”. Poze, Rennan da Penha e Bielzin, três dos nomes mais esperados, não se apresentaram, deixando o público dividido entre curtir o que estava rolando e sentir a ausência de quem não subiu ao palco.

Mesmo com as faltas, quem esteve no palco entregou momentos memoráveis. Oruam, com sua mistura de funk e trap, deu um show que foi literalmente um baile de favela. Ele emocionou, fez o público cantar junto e ainda trouxe uma dose de nostalgia ao cantar clássicos das comunidades cariocas.

MC Cabelinho mostrou por que é um dos maiores nomes do trap carioca. Com um show cheio de hits e momentos marcantes, ele provou que a música pode conectar vidas e histórias. Além disso, anunciou seu próximo álbum para dezembro, já criando aquela ansiedade nos fãs.

A presença feminina foi outro ponto alto do festival. Azzy e Duquesa mostraram que o trap não tem gênero e que talento é o que realmente importa. O empoderamento das duas tornou a edição do festival ainda mais especial.

De forma geral, a estrutura do festival cresceu e conseguiu comportar um público animado, que lotou a Apoteose. Mas, mesmo com o sucesso de público e apresentações memoráveis, não dá para ignorar o impacto dos artistas que cancelaram seus shows.

Por outro lado, o octógono da Batalha do Tanque, que homenageia as raízes do movimento hip hop, manteve a essência do eventeo viva. Foi ali que muitos MCs começaram, incluindo Orochi, e ver esse espaço no evento é uma lembrança de que o trap é muito mais do que música: é cultura, resistência e comunidade.

O Mainstreet Festival é um retrato de como o trap se consolidou no país e, especialmente, no Rio. Que venha o próximo ano, com ainda mais força, organização e a presença de todos que fazem a cena acontecer. Afinal, o trap merece.

Sou do Rio de Janeiro, tenho 28 anos e provavelmente estou na praia ouvindo alguma playlist de verão.